A Polícia Civil de Mucuri, no sul da Bahia, acompanhou uma exumação e, em vez de achar o corpo de uma criança, se deparou com materiais semelhantes aos usados em rituais de magia negra.
“Dentro, tinha uma galinha preta, três corações bovinos, velas preta e vermelha, uma foto desbotada e uma camisa de algodão com gola redonda, além de uma pimenta”, diz o delegado Charlton Fraga, que apura a situação.
Ele explica que instaurou inquérito no dia 31 de outubro deste ano para investigar o enterro de uma criança na cidade. Fraga diz que recebeu uma notificação da Justiça pedindo investigação para o caso de uma família que solicitava o atestado de óbito de um bebê, de pouco mais de um ano, que já tinha sido enterrado. A polícia investiga se a criança existe ou foi inventada.
“A mãe e avó da criança fictícia procuraram o coveiro para fazer sepultamento. Marcaram e não foram. No outro dia, à noite, quando o coveiro já tinha saído, fizeram o enterro. Daí o coveiro foi cobrar a declaração de óbito e nada. Elas foram ao cartório, mas a criança não tinha a certidão de nascimento. A tabeliã ficou desconfiada por não saber o lugar e a causa da morte, fez um relatório e mandou para a juíza, que me repassou e eu instaurei inquérito”, explica o delegado.
O coveiro e o administrador do cemitério já foram interrogados. Na quarta-feira (13), o delegado pretende ouvir as duas mulheres. “Em conversas preliminares com a mãe da criança, ela afirma que a criança existe. Não sei se inventaram a história para justificar o feitiço”, avalia. Fraga diz que precisa descobrir se a criança existe ou não. “Se não existir, a mãe responde por registro de nascimento inexistente. Se existe, preciso saber onde está e se está viva”, aponta.
Com informações do G1*