Para alertar o mundo todo sobre o número de casos, a International Diabetes Federation (IDF) divulgou novos números que destacam o crescimento na prevalência da doença. Os dados da 9ª edição do Atlas de Diabetes da IDF apontam que o Brasil é o quinto país em maior número de pacientes com a diabetes no mundo, com 16,8 milhões de adultos (20 a 79 anos), ficando atrás apenas da China, Índia, Estados Unidos e Paquistão. E a estimativa é que a incidência da doença chegue a 21,5 milhões em 2030, sendo o diabetes tipo 2 o mais prevalente.
Por se tratar de uma doença crônica, o diabético precisa de cuidados por toda a vida, com medicação e dieta adequadas. Se não controlada, o diabetes pode acarretar o surgimento de outras doenças, como as que afetam o coração, os rins e a visão, é o que alerta a farmacêutica especialista em Gestão da Assistência Farmacêutica e Auditoria dos Serviços de Saúde, docente da Faculdade Ages de Jacobina, Ana Oclenidia Dantas Mesquita.
“O DM é uma síndrome do metabolismo, de origem múltipla, decorrente da falta do hormônio chamado insulina e/ou da incapacidade de a insulina exercer adequadamente seus efeitos. A insulina é o hormônio produzido pelo pâncreas responsável pela manutenção do metabolismo da glicose. Sua falta provoca déficit na metabolização da glicose e, consequentemente, diabetes. Caracteriza-se por altas taxas de açúcar no sangue (hiperglicemia) de forma permanente”, explicou.
Como identificar e tratar?
Ana Mesquita pontua que qualquer pessoa pode ter diabetes, mas é importante analisar alguns fatores de risco para o desenvolvimento da doença, como: a presença de pessoas com diabetes na família, comportamentos sedentários, obesidade, hipertensão arterial e idade acima de 45 anos.
“Além disso, alguns sintomas podem indicar a presença da doença. São eles: fome frequente, sede intensa, desânimo, fraqueza, sonolência, tontura, perda de peso, urina em excesso, dificuldade na cicatrização de feridas e infecções frequentes. É importante lembrar que, para cada tipo do diabetes, os sintomas podem variar. Portanto, nada substitui uma avaliação médica. Um simples exame de sangue pode revelar se você tem ou não”, alerta a especialista.
Mudanças no estilo de vida
A docente explica que entre os principais fatores de risco estão o histórico familiar, a obesidade, o sedentarismo e hábitos alimentares. A prática de atividades físicas e uma alimentação balanceada são aliadas para evitar o surgimento e evolução da doença.
“As causas modificáveis do diabetes são alimentação inadequada (qualidade e quantidade) e inatividade física. Portanto, não é de surpreender que mudanças positivas no estilo de vida, quando realizadas, sejam tão efetivas na prevenção e controle do diabetes tipo 2. A seguir são descritos os aspectos principais das orientações a serem dadas aos pacientes sobre alimentação e atividade física”.
Além disso, reforça a farmacêutica, a terapia nutricional é parte fundamental do plano terapêutico do diabetes, podendo reduzir os níveis de hemoglobina glicada (exame que mede o nível de açúcar no sangue) entre 1-2%. Baseia-se nos mesmos princípios básicos de uma alimentação saudável.
“A prática regular de atividade física é indicada a todos os pacientes com diabetes, pois, melhora o controle metabólico, reduz a necessidade de hipoglicemiantes, ajuda a promover o emagrecimento nos pacientes obesos, diminui os riscos de doença cardiovascular e melhora a qualidade de vida. Assim, a promoção da atividade física é considerada prioritária”, frisou.
Tratamento farmacológico
“Como o diabetes é uma doença evolutiva, com o decorrer dos anos, quase todos os pacientes requerem tratamento farmacológico, muitos deles com insulina, uma vez que as células beta do pâncreas tendem a progredir para um estado de falência parcial ou total ao longo dos anos. Entretanto, mudanças positivas no estilo de vida, alimentares e prática de física, são de fundamental importância no alcance dos objetivos do tratamento para alívio dos sintomas e a prevenção de complicações agudas e crônicas”, finalizou a farmacêutica Ana Mesquita.
Fonte: Comunic.ativa