No início da tarde desta quinta-feira, 26, familiares, amigos e apoiadores do soldado da Polícia Militar Othon Carlos realizaram uma manifestação em frente ao Fórum Durval da Silva Pinto, em Conceição do Coité. O ato, que teve início às 12h e seguiu até por volta das 13h, teve como objetivo sensibilizar o Poder Judiciário para a situação do policial, que está preso desde o dia 22 de fevereiro de 2025, suspeito de envolvimento no assassinato do advogado Élido Ernesto Reyes Júnior, ocorrido no dia 11 do mesmo mês.

A mobilização foi organizada por Luzia Maria, esposa do policial, que utilizou as redes sociais para convidar familiares e amigos a participarem do ato. No local, manifestantes usaram faixas, cartazes e um carro de som, no qual diversos participantes fizeram uso do microfone para expressar apoio ao PM e pedir sua libertação.
Segundo estimativas dos organizadores, o ato reuniu entre 400 e 500 pessoas, incluindo comerciantes, representantes de comunidades como Tapera, São João, Goiabeira, Caruaru, Bairro Fluminense e São Roque, além de colegas de farda de Othon — muitos fora de serviço e à paisana, além de integrantes da Brigada Voluntária Anjos da Vida, entidadeque ele preside, e o advogado da família. Duas guarnições da Polícia Militar acompanhou a manifestação pacífica.
Apesar da chuva que caiu durante o protesto, a maioria dos presentes permaneceu no local. “Houve um momento em que chorei, porém a maioria dos presentes permaneceu na chuva mesmo, outros se abrigaram em frente ao Fórum”, relatou Luzia, que levou as filhas para participar do ato.

Othon Carlos é lotado na 4ª Companhia da Polícia Militar, sediada em Conceição do Coité, e desde a sua prisão encontra-se custodiado no Batalhão de Choque da PM, em Lauro de Freitas. O caso tramita sob segredo de Justiça, o que limita o acesso a informações sobre o andamento das investigações e contribui para a ausência de declarações públicas por parte dos envolvidos.
Nos últimos dias, no entanto, Luzia Maria passou a se manifestar publicamente sobre o caso. No sábado, 21, ela publicou um vídeo lendo uma carta escrita por Othon e direcionada aos amigos que, segundo ela, têm dado apoio emocional e financeiro à família. Em novo vídeo, publicado em seguida, a esposa do policial relatou as dificuldades vividas desde a prisão e afirmou que, mesmo após o cumprimento dos 60 dias de prisão temporária — inicialmente decretada por 30 dias e prorrogada por mais 30 —, um novo processo foi aberto contra o soldado, que passou à condição de réu.

De acordo com Luzia, não foram apresentadas novas provas ao longo das investigações que justificassem a manutenção da prisão, o que, em sua avaliação, configuraria a possibilidade de o policial responder ao processo em liberdade. Ela afirmou ainda que todas as tentativas feitas até o momento para obtenção de liberdade foram negadas, e que a exposição pública da situação teve início como uma forma de buscar apoio e visibilidade.
Na terça-feira, 24, Luzia voltou às redes sociais para convocar a manifestação desta quinta-feira. O caso segue sob análise da Justiça e ainda não há previsão para julgamento.