Território do sisal – A cidade de Valente amanheceu de luto neste sábado, 18, com a notícia do falecimento do escritor e cidadão honorário valentense Alamiro Galvão de Santana, aos 86 anos, por causas naturais.
A Prefeitura Municipal de Valente, por meio do decreto nº 478, assinado pelo prefeito Ubaldino Amaral de Oliveira, declarou luto oficial de três dias em homenagem ao escritor, reconhecendo a sua relevante contribuição para o desenvolvimento histórico e cultural da cidade.
Um homem que escreveu a história de Valente
Natural de Ilhéus, nascido em 29 de junho de 1939, Alamiro Galvão radicou-se em Valente há mais de 30 anos. Apaixonado pela escrita e pela história local, ele tornou-se autor de obras que se transformaram em referência para estudantes, pesquisadores e moradores.
Entre seus livros mais conhecidos estão “Valente: um oásis no sertão” e “Valente: estrela do semiárido – seu passado, sua história, sua gente”, publicações que resgatam a formação histórica, geográfica e econômica do município, além de valorizar sua gente e suas tradições.
A ideia de escrever sobre Valente surgiu em 1995, quando o Centro Cultural Camillo Calazans de Magalhães e a Biblioteca Pública Municipal Rui Barbosa solicitaram que ele produzisse um texto histórico para uso educacional. O trabalho, inicialmente intitulado Histórico de Valente, evoluiu e deu origem a obras completas lançadas nos anos seguintes.
Em trecho da apresentação de um dos livros, o autor escreveu: “De lá para cá, surgiu então a vontade de escrever um trabalho sobre a história de Valente e que pudesse transformar-se em um livro de fácil leitura e que atendesse à rede escolar, como também a toda comunidade. E foi o que aconteceu.”
De Salvador ao sertão
Antes de se fixar em Valente, Alamiro viveu em Salvador, onde atuou como colaborador em jornais e revistas de pequena circulação e publicou um opúsculo sobre a obra social de Divaldo Franco. Após se aposentar, mudou-se para o interior e se envolveu com a vida política e social do município, participando de conselhos municipais e contribuindo com a gestão pública.
Espírita convicto, Alamiro referia-se à morte como “desencarne”, termo usado pela doutrina para representar a passagem da alma à vida espiritual — uma crença que conforta familiares e amigos neste momento de despedida.
Legado
O escritor será lembrado como um homem de sabedoria simples e generosa, que uniu o olhar citadino à sensibilidade do sertanejo. Com palavras serenas e comprometidas, conseguiu eternizar em suas obras a essência de um povo e a alma de uma cidade.
A morte de Alamiro ocorre um dia após o falecimento do ex-vereador e empresário Arnor Carneiro de Araújo, também muito querido na cidade. O duplo luto abalou profundamente a população valentense neste fim de semana.
O corpo de Alamiro Galvão de Santana está sendo velado no Centro Espírita, e o sepultamento acontecerá neste domingo (19), às 08h no cemitério local.
Nota de pesar do Centro
O Centro Espírita Caminheiros da Paz comunica o desencarne de um dos seus mais queridos e respeitados colaboradores, o Sr. Alamiro Galvão, ocorrido hoje, 18/10/25, aos 86 anos. A esposa, Sra. Elcy Arapiraca e os filhos Fábio Galvão e Ayla Galvão informam a todos que o velório está ocorrendo no Centro Espírita Caminheiros da Paz, o sepultamento será amanhã, 19/10/25, às 8h.Homem de fé inabalável, o Sr. Alamiro dedicou sua vida à doutrina espírita, sendo exemplo de humildade, respeito e sabedoria.