Território do sisal – Nordestina viveu, nos últimos dias, uma experiência surpreendente: uma exposição científica que apresentou fósseis de animais pré-históricos encontrados no próprio território municipal, revelando que a região abrigou espécies gigantes que habitaram o Nordeste há cerca de 10 mil anos.
O evento integrou a 7ª edição da mostra histórica e cultural, realizada desde 2012, e pela primeira vez dedicada exclusivamente à exibição de fósseis e pedras. A atividade aconteceu na Escola Tertuliano Sousa Pereira, atraindo estudantes, professores, visitantes e curiosos.

Quem falou da exposição foi Hércury Pereira Peixinho, estudante da área, que desde os 13 anos convive com a paleontologia graças à influência do pai, professor de Ciências. Ele falou ao Calila Notícias sobre a riqueza do acervo e a importância histórica do material.
Segundo Hércury, os primeiros achados foram registrados em 1987, durante um período de seca, quando a prefeitura determinou a limpeza de tanques e a escavação de novas cacimbas. “Quando o solo foi cavado, encontraram os primeiros fósseis — um mastodonte muito bem conservado”, relatou.

Desde então, novas descobertas surgiram em outras lagoas e tanques, o que motivou a organização de um acervo e a busca por reconhecimento da riqueza paleontológica do município. “Surgiu a necessidade de resgatar a história da nossa terra e mostrar à população — principalmente às crianças — que aqui existe muito material que poucos conhecem”, explicou.
O que foi exposto
Sobre uma mesa comprida, os visitantes encontram:
✔ fragmentos de carapaça de gliptodonte
✔ pedaços da carapaça do pampatério, conhecido como tatu gigante
✔ um dente de mastodonte
✔ ossos variados da preguiça gigante, incluindo vértebra cervical, úmero, tíbia, trágalo (osso do tornozelo)
✔ um crânio bem preservado do Eremotherium laurillardi
Hércury explicou que, antes, especialistas iam ao município para auxiliar nas identificações. Hoje, o avanço tecnológico facilita o processo comparativo. “Às vezes encontramos uma peça isolada. Vamos comparando com fósseis conhecidos da megafauna que viveu há cerca de 10 mil anos. É um trabalho de paciência e descoberta”, descreveu.
Animais já identificados na região
Os estudos revelam a presença de espécies como: [na ordem] gliptodonte, mastodonte, preguiça gigante,(Eremotherium laurillardi), Xenorhinotherium, outra espécie de preguiça gigante e pampatério

Museu permanente é sonho possível
Hércury informa que os organizadores desejam transformar o acervo em um museu público de Nordestina, tornando a cidade referência de visitação científica e turística. “Já temos essa iniciativa e buscamos apoio. Queremos levar cultura, história e despertar o interesse das crianças, porque nossa terra tem muita riqueza que precisa ser conhecida”, afirmou.
A exposição segue reforçando identidade, curiosidade científica e memória histórica — e pode, em breve, se transformar em um espaço permanente de visitação, garantindo que Nordestina preserve e compartilhe sua herança com as futuras gerações.




