Conceição do Coité (BA) – Em decreto assinado no último dia 30 de julho de 2025, o governo dos Estados Unidos anunciou uma tarifa adicional de 40% sobre grande parte das exportações brasileiras. Mas o sisal e seus derivados do gênero Agave ficaram de fora da cobrança. O “baler twine” – fio usado em enfardadeiras e amarrações – foi oficialmente isentado, medida que representa alívio para milhares de produtores e trabalhadores baianos.

Veja na reportagem especial direto da 2ª Conferência do Sisal, em Nova Palmares.
A boa notícia chegou na mesma semana em que Nova Palmares, em Conceição do Coité, sediou nos dias 1 e 2 de agosto a 2ª Conferência do Sisal, maior evento nacional dedicado à cadeia produtiva da fibra.
Antônio Reis, colaborador do Sindicato Rural, celebrou a mobilização. “Me sinto honrado em ter feito parte dessa comissão. Foi um momento ímpar. Agradeço a todos que realmente se interessaram pelo tema.”
O pesquisador da Unicamp e responsável pelo Programa BRAVE, Gonçalo Pereira, disse ver um futuro promissor para o município. “Conceição do Coité vai ser a nova Ribeirão Preto, mas do sisal. Só pessoas muito bravas e capazes transformam uma atividade tão difícil em prosperidade.”
Rafael Mota, coordenador da Câmara Setorial do Sisal, destacou encaminhamentos importantes. “Houve avanços com novos projetos, possibilidades de monetização e cursos técnicos. É hora de unir forças para o desenvolvimento sustentável.”
O secretário estadual de Desenvolvimento Rural, Osni Cardoso, anunciou medidas concretas. “Vamos ter cinco milhões de reais do Plano Safra com juros negativos para diversificar a produção, investir em agroecologia e agregar valor às propriedades que plantam sisal.”
O encerramento foi marcado por apresentações culturais, com jogral e dança que retrataram o dia a dia da vida no sisal. Crianças e moradores deram vida a uma cena que une economia, história e tradição.
A exclusão do sisal da tarifa americana soma-se ao clima de otimismo gerado pela conferência, fortalecendo o compromisso com mais investimentos e a abertura de novos mercados para a fibra que sustenta e orgulha o sertão.
Fotos: Paulo Marcos e Gil Barbosa