Já se passaram 40 dias desde que o governador Jerônimo Rodrigues lançou o Projeto de Controle Populacional de Cães no Semiárido Baiano, com o objetivo de reduzir os ataques a rebanhos e amenizar os prejuízos e sofrimentos enfrentados por criadores de caprinos e ovinos. Previsto para começar neste mês de outubro e se estender até março de 2026, ao que parece, o projeto ainda não saiu do papel — e, com metade do mês já transcorrida, os produtores rurais seguem sem ver o prometido “pontapé inicial”.
A lentidão na execução preocupa criadores e líderes comunitários onde ataques de cães as criações são recorrentes e causam perdas significativas há décadas. Embora o problema seja antigo e nenhum governo anterior tenha tomado medidas concretas, a iniciativa atual é vista como um avanço. No entanto, há cobrança para que a proposta deixe o papel e se torne uma ação efetiva, contínua e prioritária.
O projeto, lançado no dia 5 de setembro, prevê esterilização cirúrgica, vacinação preventiva, identificação por microchip e campanhas de conscientização sobre guarda responsável, além da realização de mutirões e parcerias com clínicas veterinárias. A execução será feita com o apoio de dois castramóveis, atuando de forma itinerante nos territórios da Bacia do Jacuípe e Sisal, com meta de atender cerca de 10 mil cães.
O investimento anunciado é de R$ 5 milhões, e, segundo o governo, as ações pretendem reduzir o número de ataques aos rebanhos, minimizar impactos à saúde pública e ao meio ambiente, e promover o bem-estar animal.
Apesar da boa intenção e do reconhecimento da importância do programa, a ausência de resultados práticos até agora reforça a sensação de lentidão administrativa. Em outras situações, quando há cobrança popular, as ações do governo são rápidas — o que gera ainda mais indignação entre os criadores que continuam contabilizando prejuízos e clamando por urgência.
Para muitos, o lançamento foi um passo importante, mas é preciso transformar a promessa em prioridade. Enquanto isso não acontece, o cenário no campo segue o mesmo: rebanhos dizimados, economia local fragilizada e produtores desamparados diante de um problema que, literalmente, avança a passos de tartaruga.
O fato mais recente aconteceu na cidade de Piritiba na última segunda-feira, 13. o produtor rural Nivaldo Padre foi surpreendido ao chegar à sua propriedade, localizada no povoado da Cigana e encontrar parte de seu rebanho de ovinos morta após um ataque de cães. Segundo o produtor, dez animais foram mortos, resultando em um grande prejuízo.
Até o momento, não foi identificado o dono dos cachorros envolvidos no ataque. O caso acende um alerta entre os criadores da região, que vêm enfrentando uma recorrente onda de ataques de cães a rebanhos de ovinos e caprinos em propriedades rurais.
O grande problema é que Piritiba não está na relação dos municípios que serão atendidos nesta primeira etapa. Quando iniciar irá beneficiar apenas os territórios do sisal e Jacuípe: SISAL -Araci, Barrocas, Biritinga, Candeal, Cansanção, Conceição do Coité, Ichu, Itiúba, Lamarão, Monte Santo, Nordestina, Queimadas, Quijingue, Retirolândia, Santaluz, São Domingos, Serrinha, Teofilândia, Tucano, Valente.
Jacuípe – Baixa Grande, Capela do Alto Alegre, Capim Grosso, Gavião, Ipirá, Mairi, Nova Fátima, Pé de Serra, Pintadas, Quixabeira, Riachão do Jacuípe, São José do Jacuípe, Serra Preta, Várzea da Roça e Várzea do Poço. Serrolândia que pertence ao território Piemonte da Diamantina também será contemplado.