Território da Bacia do Jacuípe – O que já foi um dos principais pontos de lazer e abastecimento da zona rural de Barreiros, a Barragem da Barra da Cachoeirinha, construída sobre o rio Jacuípe, transformou-se em um cenário de tristeza e abandono. O reservatório, que por muitos anos serviu à comunidade como espaço de convivência e fonte de sustento, secou completamente. Hoje, o que se vê são poças rasas de lama e areia, deixadas pela estiagem e pelo uso desordenado da água. As informações são do repórter Paulo Marcos natural da comunidade.

Segundo o repórter, moradores da região relatam que ceramistas e agricultores consumiram toda a água da barragem em tempo recorde, sem qualquer controle ou planejamento. “Não sobrou nada. Eles tiraram água até o fim. Agora é só barro e pedra”, lamenta um morador que prefere não se identificar.
A situação é agravada pela seca severa que atinge toda a região, fazendo com que o rio Jacuípe esteja praticamente cortado em diversos trechos. O que antes era um curso d’água fundamental para o equilíbrio ambiental e a sobrevivência de centenas de famílias rurais, hoje dá sinais de morte.

Segundo registros locais, a barragem sempre foi essencial para a agricultura familiar, a criação de animais e também para o lazer das famílias de Barreiros e comunidades vizinhas. No entanto, a falta de gestão hídrica, a ausência de políticas de proteção e o descuidado com o rio levaram ao colapso total da estrutura.
Nenhuma ação de fiscalização ou orientação foi registrada por parte da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Riachão do Jacuípe, nem de órgãos estaduais. O cenário reforça a falta de planejamento ambiental e o abandono das políticas públicas voltadas para o uso sustentável da água e a preservação dos mananciais do semiárido baiano.

O resultado é visível e preocupante: o leito seco da barragem e o curso interrompido do rio Jacuípe revelam o descuido ambiental e o impacto direto da exploração sem limites. Com o avanço das mudanças climáticas e a irregularidade das chuvas, especialistas alertam que a situação pode se repetir em outras comunidades rurais da região, caso não sejam adotadas medidas urgentes de proteção e gestão da água.
Enquanto isso, a antiga Barragem da Barra da Cachoeirinha resiste apenas na memória de quem a viu cheia — símbolo de um tempo em que o rio Jacuípe ainda corria livre e a esperança não se misturava à lama.




