A paralisação da obra de restauração e asfaltamento da BA-120, no trecho que liga Queimadas a Monte Santo, passando por Cansanção, ganhou um novo capítulo nesta quarta-feira (19). Após a Secretaria de Infraestrutura da Bahia (SEINFRA) divulgar uma nota explicando que a interrupção está relacionada a uma decisão judicial, a empresa Augúrio Construções e Terraplanagem S/A, responsável pela execução do serviço, também se pronunciou oficialmente.
Em comunicado, a construtora confirma que suspendeu temporariamente os trabalhos após ser notificada de uma decisão liminar. Segundo a empresa, o processo não discute qualquer irregularidade cometida por ela, mas trata da tentativa de uma empresa desclassificada na licitação anular o resultado do certame alegando questões documentais.
A Augúrio afirma que já recorreu ao Tribunal de Justiça da Bahia e destaca, no recurso, pontos que considera essenciais para o entendimento do caso. Entre eles, que o pedido de suspensão partiu de uma licitante derrotada, que já havia tido liminar negada anteriormente no mesmo mandado de segurança. A empresa também enfatiza que o trecho da rodovia está em condições críticas e que havia forte mobilização social pelo início das obras — incluindo manifestações populares e declarações de autoridades estaduais.

Segundo a construtora, as obras iniciadas em agosto já estavam em estágio avançado, com 61% da terraplenagem concluída, além de progressos em drenagem, pavimentação e demais frentes de trabalho. A empresa alerta ainda que a interrupção abrupta pode provocar deterioração da infraestrutura já executada, gerar custos milionários de desmobilização e aumentar o risco para quem trafega pela região.
A Augúrio reforça que todo o processo licitatório ocorreu dentro da legalidade, com “transparência e estrito cumprimento do edital”, e afirma permanecer à disposição das autoridades enquanto aguarda a definição judicial.
A paralisação da obra tem causado preocupação em toda a região do sisal, especialmente entre os moradores de Queimadas, Cansanção e Monte Santo, que aguardam há anos a recuperação completa da BA-120 — rodovia considerada essencial para a mobilidade, o escoamento de produção e o acesso a serviços.
Com a manifestação da empresa, o caso agora aguarda os próximos passos do Tribunal de Justiça da Bahia, que deverá decidir sobre o recurso e definir se a obra poderá ser retomada.



