Após negociações no fim de semana, o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), definiu cinco dos oito nomes que serão indicados nesta segunda-feira (7) para compor a comissão especial que vai analisar processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Além do próprio Picciani, integrarão o colegiado os deputados Hildo Rocha (PMDB-MA), João Arruda (PMDB-PR), José Priante Junior (PMDB-PA) e Washington Reis (PMDB-RJ).
Partido do vice-presidente Michel Temer e maior sócio do governo, o PMDB enfrenta dificuldades na negociação, já que há uma divisão na legenda em relação ao governo da presidente Dilma. Uma ala liderada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), defende que a legenda se afaste do governo, enquanto o líder do PMDB se aproximou de Dilma durante a reforma ministerial e defende a “governabilidade”.
Durante o fim de semana Picciani afirmou que buscaria nomes que poderiam agir de forma “imparcial” na comissão especial. Inicialmente os partidos deveriam fazer as indicações até 14h desta segunda. Por decisão de Cunha, o prazo passou para 18h. Serão 65 membros e 65 suplentes.
Integrante do grupo que defende o rompimento do PMDB com Dilma, o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) criticou a escolha dos cinco nomes por considerá-los governistas. Para ele, se essas indicações forem oficialmente confirmadas, haverá um “racha definitivo” no partido. O deputado defendia que parte das indicações fosse concedida à ala do PMDB que é crítica ao governo petista.
“É uma tendência ruim e racha definitivamente a bancada. Se o líder tomar essa decisão como a imprensa está falando, racha completamente a bancada. O Brasil vai ver quem está do lado do Brasil e quem está do lado do troca a troca. Deveria haver uma decisão equilibrada e serena. Esse seria o caminho melhor”, disse.
O PT já anunciou dois dos oito deputados do partido que farão parte do colegiado – os líderes do governo, José Guimarães (PT-CE), e do PT, Sibá Machado (AC). Haverá uma reunião da bancada ao meio-dia para definir os demais integrantes. O PSD já definiu três dos quatro parlamentares que indicará – o líder do partido, Rogério Rosso (DF), e os deputados Júlio César (PSD-PI) e Paulo Magalhães (PSD-BA).
A preocupação do governo é que os partidos da base aliada indiquem apenas deputados “fiéis” para a comissão especial. Os nomes indicados pelos partidos serão confirmados em reunião marcada para as 18h desta segunda. Na terça (8), o colegiado vai eleger presidente e relator.
A partir desse momento, Dilma será notificada e terá prazo de 10 sessões para apresentar uma defesa. Então, a comissão terá outras cinco sessões para votar relatório pela abertura ou não de processo de impeachment. O parecer ainda tem que ser submetido ao plenário e a abertura do processo depende dos votos de 342 dos 513 deputados.
Outras indicações
A assessoria do PSDB disse que já foram definidos dois dos seis membros – o líder do partido na Câmara, Carlos Sampaio (SP), e o deputado Bruno Araújo (PSDB-CE). A líder do PCdoB, Jandira Feghali (RJ), vai assumir uma vaga pelo partido.
O Solidariedade, partido de oposição, já escolheu seus dois integrantes: o líder do partido, Arthur Maia (BA), e o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), ambos defensores do impeachment. O PSOL escolheu o deputado Ivan Valente (RJ) e anunciou que votará contra a continuidade do processo.
O representante do PMN será o Antônio Jacome (RN). O PPS indicou Alex Manente (SP). O PDT indicou Afonso Motta (PDT-RS) e Dagoberto Nogueira Filho (PDT-MS). Os indicados do PRB são Jhonatan de Jesus (PRB-RR) e Vinicius Carvalho (PRB-SP). Sarney Filho (MA) atuará na comissão.
G1.com