Carla Ramos é uma mulher que tem várias funções diárias e é vista prestando seus serviços em um posto de saúde onde atua como estagiária, já que é concluinte do curso de técnica de enfermagem em 2017, auxiliar de serviços gerais da Prefeitura de Coité, sendo vista pelas ruas da cidade prestando serviço de gari, cuida de sua mãe de 88 anos, e nos fins de semana integra a equipe de plantão da Brigada Voluntária Anjos da Vida.
Essa maratona de trabalho começa às 06h da manhã na limpeza das ruas da cidade e vai até o meio dia, e às 13h chega ao Posto de Saúde da Rua Juvêncio Mendes, onde fica até às 17h. Em casa cuida de sua mãe Luzia Ramos, que enfrenta o problema do mal de Alzheimer e fica atenta a qualquer chamado da Brigada Anos da Vida, o mesmo acontece nos fins de semana.
“Tenho orgulho dos meus trabalhos e faço todos com amor, agradeço sempre a Deus todos os dias em orações pela pessoa que ele me tornou.Tenho uma vida corrida, quase não tenho tempo pra descansar, pois acordo todos dias, faça chuva ou faça sol às 5 da manha, troco fralda da minha mãe, arrumo a cozinha e saio pra trabalhar,” afirma a multi funcional.
Filha adotiva
Muita gente vê o trabalho de Carla diariamente, mas poucos sabem de sua origem.Ela revelou para o Calila Noticias que nasceu em Feira de Santana, mas foi abandonada em uma praça. “Me levaram para um orfanato até que meus que já estavam na lista de espera para adoção foram me buscar e me criaram com todo amor do mundo e nunca esconderam a verdade para mim”, conta emocionada.
Carla disse também que nunca teve vergonha de ser quem é, tem o maior orgulho das filhas Caroline de 17 anos que lhe acompanha nos serviços voluntários do Anjos da Vida, e Maria Eduarda de 11, que pretende no futuro ser uma neuro cirurgiã.
Quanto aos seus pais biológicos ela nunca ouviu falar e garante não ter sentido falta pelo carinho que recebeu dos adotivos. Seu pai Antonio de Oliveira faleceu no dia 28 de março de 2016 aos 90 anos. Disse que o maior prazer é ter sua mãe viva para ela retribui toda atenção que recebeu desde a sua adoção.
“Ao mundo peço licença para atuar onde quiser, meu sobrenome é competência e meu nome é mulher”.
Redação CN