A tarde da segunda-feira (26) foi de muita força e diversidade cultural na sede da Secretaria de Cultura da Bahia (Secult-BA). Isso porque foi realizado um ato que autorizou o pagamento dos premiados nos editais da Paulo Gustavo Bahia (PGBA). O secretário estadual de Cultura, Bruno Monteiro, recebeu mestras e mestres da cultura popular representando os premiados reconhecidos pelos seus legados ancestrais por comunidades de todo o estado.
Bruno abriu o ato comemorando esse momento tão importante e a possibilidade de reconhecer a trajetória e as ações culturais de agentes e instituições que possuem um legado ancestral em comunidades baianas. “Tomamos uma decisão de começar a fazer os pagamentos dos editais da PGBA pelos prêmios, pois, para o Governo do Estado, é muito relevante reconhecermos o legado de tantas e tantos agentes da cultura que carregam a nossa ancestralidade e mantém viva e pulsante a nossa tradição cultural, que é tão rica, tão diversa e tão identitária”, afirmou o secretário.
Uma das representantes contempladas no prêmio Nilda Spencer, da PGBA, Wilma Macedo, artista e militante circense, presidenta da Associação de Circos Itinerantes, falou que nunca imaginava ter esse reconhecimento: “fico muito feliz por esse prêmio. Represento um povo que tem condições de atuação e vida muito restritas e esse reconhecimento é para esse povo circense itinerante”.
Já Tata Konmannajy, que recebeu o prêmio por seu legado e, também, como representante da Associação Nacional Cultural de Preservação da Cultura Bantu (Acbantu), acredita que esse é um reconhecimento do Estado a quem vem lutando para preservar os saberes e identidades de nosso povo: “é uma luta a preservar os costumes, fazeres do nosso povo, a nossa maneira de se comportar com a natureza. É um momento ímpar de reconhecimento de quem luta pela nossa cultura em todo estado”.
“Estou muito feliz com essa premiação, pois se trata de um legado que vem valorizando a beleza e a vida das mulheres negras”, disse Dete Lima, estilista que veste as deusas do ébano do Ilê Aiyê desde a criação da Noite da Beleza Negra, há 43 anos: “são muitos anos amarrando tecidos como coroas nas cabeças de mulheres negras. Eu só tenho a agradecer os conselhos que recebi quando criança por Mãe Hilda Jitolú e que tem como resultado esse prêmio. É empoderamento, é felicidade, é vida e ancestralidade”.
São 337 premiados em três editais, que, juntos, somam um montante de mais de quase R$ 10 milhões. Os 919 projetos contemplados em 16 editais de diversas linguagens artísticas e culturais estão previstos para receberem os recursos na primeira quinzena de março.
Já os contemplados nos editais de fomento e premiação do audiovisual, que seguiram cronograma separado, devem ter seus recursos creditados até o final de março. Após pagamento dos projetos habilitados, suplentes serão convocados e pagos com recursos de rendimentos bancários, recursos restantes do que foi previsto inicialmente para alguns editais e recursos não aplicados por municípios baianos.