Durante a adolescência, Walemberg Almeida conviveu com um peso que não se media em quilos: o do bullying. Alto, com 1,85m, e apenas 49kg, ele se tornou alvo constante de piadas e deboche nas escolas por onde passou. Sua magreza, longe de ser apenas uma característica física, foi transformada em motivo de humilhação diária. “Fingir que não doía era meu escudo. Mas a verdade? Doía muito. Ser motivo de piada todos os dias, por causa do corpo, destrói a gente por dentro”, desabafa.
Em vez de se entregar à dor, Walemberg decidiu que transformaria aquele sofrimento em combustível. Não queria mais agradar ninguém — queria provar para si mesmo que era possível mudar com saúde, dedicação e sem atalhos. Aos 18 anos, deu o primeiro passo e entrou numa academia. Sozinho, sem treinador, sem patrocínio. “Era só eu, minha dor e a minha vontade de vencer”, lembra.
A jornada foi longa. Por uma década, ele treinou de forma natural, com foco total em disciplina, saúde e paciência. Os resultados vieram: saiu dos 49kg e atingiu os 100kg, com apenas 5% de gordura corporal — tudo sem o uso de anabolizantes.

Mas a maior transformação não foi no físico. O Enem e o PROUNI abriram novas portas, e ele passou a estudar Educação Física na FARESI. A dor virou vocação. A humilhação do passado se tornou missão. Hoje, Walemberg é personal trainer e atua ajudando outras pessoas a conquistarem um corpo estético e saudável. “Se eu consegui, qualquer um também pode. Basta querer e ter paciência.”
Das salas de aula aos palcos
Com o apoio de amigos e alunos, Walemberg enfrentou um antigo medo: o de competir. Estreou na Copa Bahia de Fisiculturismo, representando sua cidade natal, Conceição do Coité (BA), e conquistou o 2º lugar. Mesmo assim, a insegurança ainda o assombrava. “Eu poderia ter vencido… mas o medo ainda falava alto. Quando me chamaram para o confronto final, eu saí do palco. A insegurança venceu naquele momento. Mas só de estar lá, eu já era um vencedor.”

Na sequência, participou do Muscle Contest Salvador, uma das maiores competições da Bahia. Competindo como atleta 100% natural, ficou em 6º lugar. “Não levei o troféu, mas levei comigo a mensagem mais importante: é possível sim competir com ética, saúde e verdade.”
Hoje, aos 29 anos, Walemberg é reconhecido nas redes sociais e no meio da musculação como símbolo de superação. Milhares de jovens acompanham sua trajetória e se inspiram em sua mensagem de esforço, paciência e amor-próprio. “Existe uma batalha silenciosa dentro de cada um. A minha era querer que os outros acreditassem em mim. Mas aprendi que o único que não pode desacreditar de mim… sou eu mesmo. Eu conquistei. E você também pode.”
O exemplo que moldou tudo
No fim das contas, toda a força que Walemberg desenvolveu ao longo da vida teve uma origem: a inspiração que encontrou dentro de casa. Desde pequeno, via no pai um modelo de generosidade, coragem e amor incondicional.
“O que mais me alegrava era quando ele levantava eu e minha irmã nos braços ao mesmo tempo. Aquilo não era só força física — era amor, era acolhimento. Desde então, eu sonhava em ser como ele.”
Hoje, ao olhar para a própria história, Walemberg entende que a verdadeira força não está apenas nos músculos, mas na capacidade de transformar dor em propósito — e amor em legado.
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