Com o novo calendário do futebol brasileiro já definido pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), a Copa do Nordeste seguirá sendo realizada em 2026, mas com alterações no formato. A mudança atende à premissa do presidente Samir Xaud, de equilibrar o calendário e dar mais oportunidades a clubes de menor porte. Esta reportagem está no Bahia Notícias, parceiro do Calila.
Segundo as novas regras, clubes que disputam competições da CONMEBOL — Libertadores ou Sul-Americana — não poderão participar do torneio regional, o que impacta diretamente clubes da Série A do Campeonato Brasileiro como Bahia, Ceará, Vitória, Fortaleza e Sport.
FORMATO DE CLASSIFICAÇÃO PARA COMPETIÇÕES CONMEBOL
- Libertadores: seis vagas, sendo as quatro primeiras colocadas direto na fase de grupos e a quinta e sexta para a fase preliminar.
- Sul-Americana: seis vagas, do 7º ao 12º colocado, classificando-se diretamente à fase de grupos.
Com base na classificação atual do Brasileirão (27ª rodada de 38), a reportagem do Bahia Notícias, por meio de pesquisas e cálculos com utilização da Inteligência Artificial ChatGPT, projetou que apenas Vitória, Fortaleza e Sport devem disputar a Copa do Nordeste em 2026. Bahia e Ceará têm grandes chances de ficar fora devido à participação em torneios continentais. Confira:
- Bahia: 20% de chance de disputar o Nordestão. Atual 6º colocado, com projeção de 63 pontos no G-6. Jogaria apenas se não disputar Libertadores ou Sul-Americana e despencar na classificação.
- Ceará: 30% de chance, atual 10º colocado. Para disputar a competição, precisaria ficar fora do top-12 do Brasileirão.
- Vitória: 90% de chance, com projeção de encerrar a Série A entre 15º e 16º lugar, sem vagas para competições continentais.
- Fortaleza: 85% de chance, com projeção de 35 pontos, entre 16º e 17º lugar.
- Sport: 95% de chance, com provável 20º lugar e classificação assegurada via estadual.
Se o cenário atual se mantiver, Bahia e Ceará devem ficar de fora, enquanto Vitória, Fortaleza e Sport têm alta probabilidade de participação. As vagas restantes devem ser preenchidas por clubes vindos da Série B ou campeões/vice-campeões estaduais, e vagas extras.
DISTRIBUIÇÃO DE VAGAS NA COPA DO NORDESTE 2026
- 9 vagas: campeões estaduais de 2025
- 9 vagas: vice-campeões estaduais de 2025
- 2 vagas extras: para as federações melhor colocadas no Ranking Nacional de Clubes da CBF
O torneio continuará oferecendo ao campeão uma vaga direta na terceira fase da Copa do Brasil do ano seguinte, além da premiação em dinheiro por avanço em cada fase.
A competição terá 20 clubes divididos em quatro grupos de cinco, com a regra de que times do mesmo estado não podem cair na mesma chave. Na primeira fase, os grupos se enfrentam em turno único, com cinco rodadas (Grupo A x Grupo B / Grupo C x Grupo D), e os dois primeiros de cada grupo avançam para o mata-mata. As quartas de final serão disputadas em jogos únicos, enquanto semifinais e final ocorrerão em confrontos de ida e volta. Confira os clubes nordestinos já classificados (via estaduais):
Alagoas: CRB e ASA
Bahia: Vitória, Jacuipense e Bahia (caso confirme vaga continental, Atlético de Alagoinhas herdaria a vaga)
Ceará: Fortaleza, Maracanã e Ceará (caso confirme vaga continental, Ferroviário herdaria a vaga)
Maranhão: Maranhão e Imperatriz
Paraíba: Sousa e Botafogo-PB
Pernambuco: Sport e Retrô
Piauí: Piauí e Fluminense
Rio Grande do Norte: América-RN e ABC
Sergipe: Confiança e Itabaiana
Com a nova estrutura montada, os torneios regionais (Copa Norte, Copa Centro Oeste, Copa Verde, Copa Sul-Sudeste e Copa do Nordeste) devem garantir maior equilíbrio entre clubes de diferentes estados, mantendo a competitividade e dando oportunidades para equipes de menor porte, enquanto os grandes clubes que disputarem competições continentais poderão ficar de fora das próximas edições. O Bahia, por exemplo, foi campeão do Nordeste em 2025 e dificilmente estará presente daqui para frente.
“Essas mudanças têm dois motivos e objetivos principais: reduzir carga de jogos da elite do futebol, que hoje enfrentam maratonas exaustivas ao longo do ano. E segundo, ampliar as oportunidades de competições nacionais para equipes que, há muito tempo, passam meses inativas. É uma questão de justiça esportiva, desenvolvimento sustentável e equilíbrio”, avaliou o presidente Samir Xaud, da CBF, após a entrega do calendário do futebol brasileiro.