Operação Overclean apura desvio de recursos públicos e apreende celular do deputado; postos de combustíveis ligados ao parlamentar também foram alvo de mandados da Polícia Federal.
A mais recente fase da Operação Overclean, deflagrada pela Polícia Federal, Controladoria-Geral da União (CGU) e Receita Federal, vem revelando uma teia de relações políticas e empresariais envolvendo prefeitos e parlamentares da Bahia suspeitos de desvio de recursos de emendas parlamentares.
Entre os principais alvos das ações está o deputado federal Dal Barreto (União Brasil), que teve o celular apreendido pela PF no aeroporto de Salvador. Além disso, mandados de busca e apreensão foram cumpridos em postos de combustíveis ligados ao deputado e à sua família, apontados pelos investigadores como parte de um esquema de movimentação financeira e lavagem de dinheiro.
De acordo com informações apuradas pela imprensa nacional, Dal Barreto seria proprietário de uma rede de mais de 200 postos de combustíveis na Bahia. Dois desses postos, inclusive, estão localizados na cidade de Conceição do Coité e são alugados, o que reforça a presença empresarial do grupo também no território sisaleiro.
Os reflexos da operação também chegaram ao interior. O prefeito de Wenceslau Guimarães, Gabriel de Parisio, foi alvo de mandados de busca e chegou a ser autuado em flagrante por posse ilegal de arma. Já o prefeito de Serra do Ramalho, Eli Carlos dos Anjos Santos (Lica), afastado recentemente, passou a ser citado em levantamentos políticos como parte de um grupo de gestores aliados ao deputado.
Embora as autoridades ainda não confirmem oficialmente o envolvimento direto de todos os prefeitos com o núcleo central da operação, os indícios apontam para um mesmo circuito de influência política e empresarial, que utilizava emendas parlamentares para contratos superfaturados ou nunca executados, além de postos de combustíveis ligados ao grupo familiar do deputado como parte da estrutura econômica de sustentação.
A investigação segue sob sigilo, mas fontes próximas à apuração afirmam que novas fases podem atingir outros municípios da Bahia, ampliando a lista de gestores, empresários e servidores públicos sob suspeita.