Território do Sisal – A Associação Família Azul de Conceição do Coité, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação do município, elaborou questionário sobre o autismo nas escolas municipais e obteve resposta de 63 unidades de ensino, sendo 33,3% localizadas na sede do município e 66,7% na zona rural. Esse primeiro dado indica que dois terços das escolas estão espalhadas pelo interior do município, o que demonstra a complexidade no atendimento às crianças autistas. Alguns complementos foram solicitados ao secretário municipal de educação.

Constatou-se ainda um total de 9.313 crianças matriculadas na rede municipal de ensino, dentre as quais 353 tem diagnóstico de autismo, representando 3,79% das crianças. De outro lado, as escolas informaram a presença de 179 acompanhantes especializados, ou seja, em torno de um profissional para duas crianças autistas.
Segundo o Ministério da Saúde do Brasil, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição do desenvolvimento do cérebro que afeta a comunicação, a interação social e os comportamentos. Por isso mesmo, o autismo não tem cura, mas os sintomas podem ser amenizados com diversas terapias. O termo “espectro” indica que o autismo se manifesta de formas diferentes em cada pessoa, desde quadros leves até casos que exigem maior apoio no dia a dia.
O objetivo da associação é ter uma visão ampliada da situação das crianças autistas na rede municipal, ou seja, quantos são, quais séries estudam, onde estão matriculados, qual o suporte oferecido por cada escola etc. Essa pesquisa é de suma importância para a Associação Família Azul, para as famílias atípicas e, sobretudo, para a formulação de políticas públicas municipais que atendam satisfatoriamente e em observância à legislação vigente às crianças autistas.

Segundo a direção da associação Família Azul, é uma pesquisa que poderá servir para trabalhos de conclusão de curso, pós-graduação ou até mesmo mestrado para a área de ciências humanas. O relatório completo encontra-se à disposição de pesquisadores na sede da associação.
Segundo a presidente da Associação Família Autista de Conceição do Coité (AFACC), Iara Carneiro, “mais do que um simples levantamento numérico, o censo é a ferramenta que possibilita o direcionamento eficaz de políticas públicas. Com informações precisas, o município pode otimizar a alocação de recursos financeiros e humanos, como a contratação de professores de apoio, mediadores e a estruturação de Salas de Recursos Multifuncionais de acordo com a demanda específica de cada escola. A realização deste censo era um sonho desde 2020, e que agora foi concretizado com sucesso. Agradeço a todos que contribuíram para que essa ferramenta de cidadania se tornasse realidade. Este diagnóstico é o que permitirá direcionar recursos e esforços com inteligência e sensibilidade, contribuindo que o município se torne uma referência em educação inclusiva e no atendimento digno aos estudantes com Transtorno do Espectro Autista”, afirma Iara.
Dr Gerivaldo Alves Neiva que este ano divulgou ser autisa de primeiro grau, destaca a importância do levantamento
Juiz de Conceição do Coité, autista de primeiro grau avalia números do 1º Censo sobre autismo nas escolas públicas municipais de Conceição do Coité pic.twitter.com/1FT4W9ZDR8
— Calila Notícias (@calilanoticias) December 24, 2025
Não se tem notícia de pesquisa semelhante em outros municípios do Brasil.



