Nos dias 29 e 30 de abril, a Casa da Cultura de Valente foi palco do Festival de Cultura do Projeto Cultura Ativa no Sisal, que, nesta edição, trouxe como tema “Caatinga em Pé: Vida que Resiste, Paisagem que Inspira”. O evento marcou a culminância de mais uma etapa do projeto, reunindo a comunidade em torno da arte, da cultura e da valorização do bioma Caatinga.

Durante os dois dias de festival, o público pôde conferir uma programação diversificada e repleta de expressões culturais produzidas nas oficinas do projeto. Entre as atrações, destacaram-se apresentações de violão, dança, percussão, balé, capoeira, além de encenações de teatro de fantoches, teatro do oprimido e um espetáculo teatral que dialogaram diretamente com a temática do evento.

O espetáculo teatral “A Onça e o Bode” encantou o público com uma narrativa popular repleta de humor e lições sobre convivência e astúcia, valorizando elementos da cultura nordestina. Já a apresentação do teatro do/a oprimido/a, intitulada “Terra, Nuvens, Sonhos”, emocionou ao contar, de forma sensível e impactante, a história de uma menina que sonhava ser dançarina, mas teve seu sonho reprimido por abusos, opressões e pelas limitações impostas pelo seu contexto de vida. Mesmo sem o uso de microfone, a performance prendeu a atenção do público pela intensidade da atuação e pela força da narrativa. A partir dessa oficina, constituiu-se o Coletivo Valente de Teatro da/o Oprimida/o, formado por participantes que decidiram dar continuidade à prática teatral como ferramenta de expressão e transformação social.

O espaço também abrigou uma exposição de artesanato e uma mostra fotográfica, iniciada em 22 de abril e que permaneceu em exibição até o encerramento do festival, no dia 30. A mostra visual convidou os visitantes a refletirem sobre a beleza e a resistência da Caatinga.
Mais do que um espaço de celebração artística, o festival foi também um momento de reflexão sobre a importância da Caatinga — o único bioma exclusivamente brasileiro — cuja preservação é vital para a manutenção da biodiversidade, o equilíbrio climático e o sustento das comunidades que vivem nesse território. A escolha do tema e a realização do festival dialogam com o Dia Nacional da Caatinga, comemorado em 28 de abril. Nesse mesmo dia, a Casa da Cultura também promoveu a distribuição de mudas nativas à comunidade, fortalecendo o compromisso do projeto com a educação ambiental e o engajamento social.

“O Projeto Cultura Ativa no Sisal tem fortalecido a cultura local, revelado talentos e valorizado a expressão artístico-cultural na comunidade, além de mobilizar a economia local. O festival é um espaço de visibilidade, autoestima e lazer, onde participantes das oficinas descobrem e compartilham suas potências criativas. Ver essa transformação é emocionante e reafirma o papel da arte como ferramenta de inclusão, cidadania e desenvolvimento.
A Fundação APAEB tem orgulho de realizar esse projeto e reafirma a crença na cultura como um direito e em sua força para transformar realidades”, destacou Virgínia Araújo, gestora de projetos da Fundação APAEB e coordenadora do CultAS.

Realizado pela Fundação APAEB, com apoio do Fundo de Cultura, da Secretaria de Cultura, da Secretaria da Fazenda e do Governo do Estado da Bahia, o Projeto Cultura Ativa no Sisal segue ampliando horizontes e incentivando a produção artística local. O festival reafirma o poder da cultura como ferramenta de resistência e transformação social, ao mesmo tempo em que homenageia a beleza e a resiliência da nossa “Mata Branca”.
CN | Fonte: Ascom Fundação APAEB