“Essa é uma oportunidade única de lutar por uma universidade que esteja no nosso quintal”. A frase dita por Rebeca Santana, estudante de apenas 14 anos, traduziu o sentimento das mais de 500 pessoas que se reuniram no auditório da Assembleia Legislativa da Bahia, na última sexta-feira (9), para reforçar as discussões sobre a criação da Universidade Federal do Nordeste da Bahia (UFNB). Junto a Rebeca, deputados federais e estaduais, prefeitos e vice-prefeitos, vereadores, representantes de diversos movimentos sociais e consórcios territoriais, estudantes e professores se mobilizaram em prol da interiorização do ensino superior.
Proposta pelo deputado estadual Joseildo Ramos (PT), a Audiência Pública é parte de uma série de eventos que vêm acontecendo por todo o Estado pela criação da sexta universidade federal na Bahia, onde há 12 anos existia apenas a UFBA. “Essa é uma luta de justiça e de reparação. Não esqueçamos disso um só instante”, disse Joseildo, explicando que a UFNB deverá contemplar mais de 70 municípios distribuídos nos territórios da Bacia do Jacuípe, Sisal, Semiárido Nordeste II e Litoral Norte /Agreste Baiano. Em termos de extensão, os territórios somados são maiores que os estados de Sergipe e Alagoas, e alcançam o número de mais de 2 milhões de habitantes.
Coordenador da elaboração do anteprojeto da UFNB, o reitor da Universidade Federal do Recôncavo, Paulo Gabriel Nacif, afirmou que no Brasil, apenas 15% dos jovens estão no nível superior e que essa realidade pode e deve ser mudada também através de movimentos legítimos. “Participei da maior mobilização do Brasil, até então, pela criação de uma universidade, que foi a do Recôncavo. Vocês conseguiram a proeza de nos deixar em segundo lugar”, afirmou Paulo Gabriel, parabenizando todos os jovens que têm saído de suas cidades para pleitear a criação da Federal do Nordeste.
Representando todos os colegiados territoriais, a ex-prefeita de Itiúba, Cecília Petrina, falou sobre a necessidade de se garantir a educação, da creche ao doutorado, para que o país chegue ao seu pleno desenvolvimento. “Temos o Fies, o Enem, políticas públicas que nos garantem a educação superior. Mas queremos também garantir a qualidade, que é uma marca da universidade pública”, afirmou Cecília. “A educação está aqui, na voz de cada estudante que clama pela UFNB”, concluiu.
Avanços
A interiorização do ensino superior e a criação de novas universidades são alguns dos principais legados dos governos Lula e Dilma. Até 2002 o Brasil contava com 45 universidades federais distribuídas em 148 campi. Entre 2003 e 2010 foram criadas 14 universidades e 126 campi. Outras quatro universidades serão criadas este ano, totalizando 63 universidades federais e 321 campi. Na Bahia foram criadas quatro novas universidades: UFRB, Univasf, UFSB e UFOB.
Informações Assessoria Joseildo Ramos