A médica cubana Yadarys Guerra Solano, conhecida como Dra. Jady, faleceu na última segunda-feira (5), em Conceição do Coité, aos 43 anos — completados cinco dias antes. O sepultamento ocorreu na manhã desta terça-feira (6), no Cemitério Recanto da Saudade, popularmente conhecido como cemitério novo de Coité.

Dra. Jady lutava contra um câncer na parte superior da coxa há mais de 15 anos e passou por diversas cirurgias ao longo do tempo. Mesmo enfrentando a doença, levava uma vida ativa e começou a trabalhar em Conceição do Coité em dezembro de 2013, por meio do programa Mais Médicos. Posteriormente, prestou seus últimos atendimentos em Retirolândia, município vizinho. O Calila Notícias fez a cobertura da chegada da médica veja/relembre.
Suzete Oliveira, conhecida como Suzete Guarda, considerada uma tia pela médica, era a pessoa mais próxima dela no Brasil, por ser casada desde 2017 com seu sobrinho Nelsuere de Oliveira. Em entrevista ao Calila Notícias, relatou que a luta da médica contra o câncer começou ainda em Cuba, onde passou pela primeira cirurgia para retirada de um nódulo. No Brasil, ela foi submetida a mais quatro procedimentos, mas conseguiu conciliar o tratamento com o exercício da medicina até o fim do programa Mais Médicos, após a posse do presidente Jair Bolsonaro em 2019.
“Desempregada após o fim do programa, ela continuou estudando com foco no Revalida [exame que permite a médicos formados no exterior atuarem no Brasil]. Foi aprovada e contratada para trabalhar em Retirolândia. Com o retorno do Mais Médicos no governo Lula, ela foi reintegrada ao programa, mas permaneceu no município”, contou Suzete.
A servidora pública relatou ainda que a última cirurgia da médica ocorreu em 2023. Na ocasião, os médicos afirmaram que não havia mais opções de tratamento. Ainda assim, Dra. Jady seguiu trabalhando durante todo o ano de 2024, mesmo com dificuldades de locomoção. Seu quadro de saúde piorou entre o fim do ano passado e o início deste. Há dois meses, foi internada em regime de Home Care (atendimento domiciliar), no bairro da Jaqueira, vizinha à casa de Suzete, após vencer uma ação judicial contra o Estado que garantiu assistência médica 24 horas por dia. Ela perdeu a consciência nos últimos 7 dias.

Suzete lamentou o sepultamento de Jady sem a presença de familiares cubanos. Embora tenha articulado a vinda da mãe de Jady ao Brasil quando o estado de saúde da médica piorou, questões burocráticas impediram a viagem imediata. A autorização para a saída da mãe de Cuba foi concedida exatamente no dia do falecimento de Jady. Mesmo assim, ela virá ao Brasil para conhecer as netas e resolver questões pendentes. “O pai dela já havia vindo a Coité”, contou Suzete, que é agente da Guarda Civil Municipal (GCM).
Segundo ela, o pai da médica comentava que a vida em Cuba ficou ainda mais difícil após a morte de Fidel Castro, e piorou com a pandemia. “O sofrimento é muito grande. Por isso, quem sai de lá não quer voltar”, concluiu.
Jady deixa duas filhas, a primeira de um relacionamento ainda em Cuba, após conhecer o sobrinho de Suzete, ela foi buscar Daniela de 10 anos, hoje está com 16. Depois deu a luz a outra menina fruto do relacionamento com, ela está com 6 anos.
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