O papa Leão 14, eleito nesta quinta-feira (8) em um Conclave que durou apenas dois dias, no Vaticano, já esteve no Brasil. As visitas ocorreram quando ele ainda era padre-geral dos agostinianos. Foi em Belo Horizonte (MG), em 2012, e em Guarulhos (SP), em 2013. Houve ainda passagens por Campinas (SP) e Rio de Janeiro.
Na Grande BH, o então padre Robert Francis Prevost celebrou uma missa e presidiu a profissão solene (votos solenes) de três freis agostinianos, entre eles o frei Felipe da Cruz. Segundo relata o jornal Estado de Minas, o novo pontífice pareceu ao frei uma “pessoa agradável, sensível e de perfil discreto”.
“Ele tem uma sensibilidade que acho que construiu e desenvolveu muito pelo contato com os latino-americanos. A maior parte da sua vida pastoral ele realizou no interior do Peru. O jeito de ser da Igreja latina, essa proximidade com as pessoas, com as comunidades, acho que marcou muito a personalidade do agora papa Leão 14”, disse o frei ao jornal.
O novo papa faria uma nova visita ao país neste ano. Ele participaria da 62ª Assembleia dos Bispos do Brasil, que seria realizada em Aparecida (SP), de 30 de abril a 9 de maio. As passagens já estavam até compradas.
O evento foi adiado após a morte do papa Francisco, em 21 de abril. Caso fosse realizado, o agora papa Leão 14 seria o pregador durante o retiro espiritual de 10 dias do qual participam os bispos. “Provavelmente ele já tinha as meditações feitas. Vamos ver se a gente consegue resgatar com ele as meditações para o nosso retiro”, disse o secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Ricardo Hoepers, na tarde desta quinta (8), durante uma coletiva de imprensa. A assembleia foi remarcada para 2026.
O convite foi feito em fevereiro e aceito pelo então cardeal, agora papa. “Ele viria ao Brasil como cardeal, mas isso nos alegra porque ele tem um carinho pelo Brasil. Ele nos atendeu na Congregação dos Bispos e, além do papa Francisco, que ficou conversando por quase 1 hora, quando seriam apenas 15 minutos, o cardeal Prevost foi com quem estivemos por mais tempo. Ele tem um amor muito grande pelo Brasil, uma admiração pelo nosso trabalho. Ele nos conhece profundamente. Então é um grande presente para o episcopado do Brasil. Com certeza, teremos todo o apoio dele naquilo que faz parte do nosso trabalho pastoral”, afirmou Hoepers.
Nascido nos Estados Unidos, Prevost é conhecido pela sua atuação missionária no Peru durante os anos 1980. A experiência obtida durante a missão lhe conferiu fluência em espanhol e relação com a América Latina. Ele é o primeiro papa norte-americano e ocupava, ao ser eleito, duas funções no Vaticano: prefeito do Dicastério para os Bispos — órgão responsável pela nomeação de bispos — e presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina.