O Brasil já registrou mais de 100 casos suspeitos de intoxicação por metanol, de acordo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Na Bahia, dois casos já estão sendo investigados na Bahia, um em Feira de Santana, um homem que veio a óbito, e um em Salvador, segundo o Ministério da Saúde.
Como o avanço dos casos, cresce também a preocupação com o consumo das bebidas alcoólicas. Mas, será que existe uma bebida segura? A orientação de Alexandre Padilha é de que se evite os destilados. “Recomendo, como ministro da Saúde e também como médico: evite consumir destilados, especialmente os incolores, se você não tem certeza da procedência. Não se trata de um item essencial como os da cesta básica, mas sim de um produto ligado ao lazer. Evitar seu consumo, neste momento, não causa nenhum prejuízo à vida das pessoas”, afirmou.
E a cervejinha? Para o ministro, esse tipo de bebida tem menos chances de ser adulterada. “Estamos diante de um crime de produtos destilados, incolores, onde se tem técnicas de adulteração desse produto que você não tem no caso de cerveja, que é uma bebida que tem a tampa, tem gás, é muito mais difícil de adulterar”.
A informação é confirmada pelo professor do Instituto de Química da USP, Thiago Correra. “Apesar de não ser imune, é menos visado para falsificação. As latas são mais difíceis de serem adulteradas do que garrafas, que podem ser facilmente fechadas novamente e reaproveitadas. Entretanto, existem relatos de falsificações de cervejas mais caras. O mais seguro é consumir de fornecedores confiáveis”, explicou em entrevista ao Terra.
O mesmo vale para o vinho, segundo o gerente médico do Pronto Atendimento do Hospital Sírio-Libanês, Luis Fernando Penna, em entrevista ao G1, o processo de fabricação da bebida dificulta a adulteração. “O vinho tem um processo de fabricação diferente dos destilados, não é impossível adulterar, mas é menos provável”, disse.
Ainda assim, a recomendação de todos os especialistas é de que se verifique a procedência das bebidas, o rótulo e também se o fornecedor tem o registro regularizado.
Precaução
Com a confirmação de dois casos suspeitos na Bahia, bares e restaurantes de Salvador usaram as redes sociais para compartilhar notas de esclarecimento sobre a procedência das bebidas vendidas.
Estabelecimentos como Almacen Pepe, Purgatório Bar, o complexo de entretenimento Pirâmide e a Casa Senhor do Bonfim publicaram mensagens tranquilizando os frequentadores e garantindo que as bebidas oferecidas são compradas em fornecedores regularizados.