O anúncio do vereador Luquinhas do Cuia (AVANTE), na terça-feira (30/09), de que não faz mais parte da base governista marcou mais um capítulo na crise política que se instalou precocemente na gestão do prefeito Romerinho (Avante). Terceiro mais votado nas últimas eleições municipais, com 1.282 votos, o parlamentar afirmou que a relação com o gestor tornou-se insustentável diante da falta de compromisso e da perseguição a antigos aliados.
Entre os citados, está o ex-prefeito Nininho Góis, padrinho político de Romerinho e o principal articulador da vitória de Romerinho nas urnas em 2024. O atual prefeito foi vice de Nininho por dois mandatos, de 2017 a 2024, e chegou ao poder com apoio direto do ex-gestor e de sua base. No entanto, o rompimento entre ambos aconteceu praticamente logo após a eleição, mesmo assim Nininho esteve na Diplomação e na posse do agora ex-aliado. Veja o discurso do vereador
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Com a saída de Luquinhas, o governo perde não apenas um aliado de peso no Legislativo, mas também reforça a narrativa de que a administração de Romerinho tem dificuldade em manter articulação política. A oposição, que até então se reorganizava, ganha fôlego e pode se consolidar como um bloco forte e coeso já no primeiro ano de mandato.
“Estava sendo tratado como adversário e passei a não concordar com muita coisa. Agora vou seguir outro caminho e continuar trabalhando pelo nosso povo junto com o grupo de oposição”, declarou Luquinhas.
O movimento é visto por analistas locais como sintoma de uma fragilidade maior: Romerinho, ao se distanciar de figuras centrais para sua vitória, corre o risco de isolar-se politicamente antes mesmo de consolidar sua gestão. Caso novos aliados deixem a base, o prefeito pode enfrentar dificuldades na Câmara Municipal e abrir espaço para que a oposição dite o ritmo do debate político nos próximos anos.
Saulo da Arena (PT) que enfrentou Romerinho com apoio de Nininho e Luquinhas, hoje, aparece ao lado deles indicando uma possivel aliança futura.