A pavimentação da BA-120, no trecho que liga Queimadas a Monte Santo, está paralisada por determinação judicial, segundo informou o engenheiro responsável pela obra, Marcelo Bahiense, na tarde desta segunda-feira (17). De acordo com ele, a Justiça notificou a Secretaria de Infraestrutura da Bahia (Seinfra), e a empresa executora Augúrio Construções e Terraplanagem suspendeu os trabalhos no último dia 11. Todo o maquinário foi recolhido do canteiro e transferido para outra frente de pavimentação no município de Fátima, no Nordeste baiano, onde a construtora também atua.

A interrupção pegou de surpresa moradores e motoristas que trafegam pelo trecho, que nos últimos meses acompanhavam o avanço gradual da obra. Um vídeo enviado ao Calila Notícias por um cidadão mostra o trecho completamente sem máquinas e sem equipes, levantando questionamentos sobre os motivos da paralisação.
Autorizada em agosto, obra já enfrentava entraves jurídicos
A pavimentação da BA-120 foi oficialmente autorizada pelo governador Jerônimo Rodrigues em 9 de agosto deste ano, durante evento em Cansanção. Na ocasião, o governador afirmou que a demora para o início do serviço não tinha relação com questões financeiras, mas sim com trâmites jurídicos que precisavam ser superados.

Jerônimo explicou que o processo de contratação segue etapas que podem sofrer contestação por parte das empresas participantes, desde a abertura dos envelopes até a definição da vencedora. Em recente visita a Juazeirinho, distrito de Conceição do Coité, onde assinou outra ordem de serviço para pavimentação, o governador detalhou passo a passo esse percurso e fez um alerta:
“Torçam para que não haja nenhum problema. Uma empresa pode contestar o resultado.”
À luz da explicação do governador, a situação da BA-120 se encaixa exatamente no cenário de judicialização que ele descreveu, ou seja, uma das empresas contestou a indicação da Áugúrio, mas não tivemos acesso ao processo para saber o motivo e nem qual empresa acionou a Justiça.

Paralisação pode ser por tempo indeterminado
Embora não tenha confirmado oficialmente a duração da suspensão, tudo indica que a paralisação deve se estender sem prazo definido. O recolhimento de máquinas e equipes, bem como a realocação do efetivo para outra obra, reforça a possibilidade de que o impasse jurídico ainda dependa de decisão final da Justiça.
Enquanto isso, a população do Território do Sisal volta a enfrentar a incerteza em torno de uma obra considerada essencial para mobilidade, segurança e desenvolvimento econômico da região.



