A Praça da Fonte Luminosa, no centro de Conceição do Coité, vive um Natal diferente em 2025. Pela primeira vez em décadas, a tradicional residência da professora aposentada Rita Pinto, conhecida carinhosamente como Pró Rita, não recebeu qualquer ornamentação natalina. A ausência das luzes, cores e enfeites que marcaram gerações chamou a atenção de moradores e visitantes, já acostumados a ver o imóvel como um dos pontos mais visitados da cidade durante o período festivo.
Quando, em alguns anos, o poder público municipal não investiu na decoração natalina, era a casa de Pró Rita que assumia, espontaneamente, o protagonismo. Milhares de pessoas passavam para fotografar, filmar e se encantar com o trabalho minucioso feito por ela e pela filha, Michelini, que transformavam a fachada, o jardim e até parte interna em um verdadeiro cartão-postal. Houve ano, inclusive, em que a residência surpreendeu com neve artificial, arrancando aplausos e encantando crianças e adultos.
Em 2025, contudo, a casa permaneceu apagada. Ainda que não haja confirmação oficial sobre o motivo, o silêncio das luzes acontece 10 meses após a morte trágica do advogado Élido Ernesto Reyes Júnior, assassinado em 11 de fevereiro. Segundo pessoas próximas à família, o luto permanece profundo, e a rotina de Michelini e da professora Rita nunca mais foi a mesma. Fontes relatam que, mesmo antes da perda do filho, Pró Rita já enfrentava problemas de saúde e vinha reduzindo o ritmo das atividades.

A combinação entre o luto e a fragilidade física teria contribuído para que, pela primeira vez, a família não tivesse condições emocionais de manter a tradição que marcou a história afetiva de Coité. Ainda assim, moradores reconhecem que a casa da Pró Rita transcende a decoração: tornou-se um símbolo de dedicação, alegria e acolhimento, um espaço que refletia a identidade criativa de uma família que sempre iluminou o Natal da cidade — com ou sem ornamentação pública nas praças.

Neste ano, ficam apenas as lembranças de quem viveu a magia daquele endereço, que por tanto tempo brilhou mais do que qualquer outra luz. Coité sente a ausência do colorido, mas guarda viva a memória de tudo o que a casa de Pró Rita representou para os seus Natais.
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