Foi sepultando no fim da manhã deste domingo, 14, no cemitério municipal da cidade de Valente o corpo do ex-prefeito por dois mandatos João José de Oliveira, popularmente conhecido como Nenenzinho, que faleceu no sábado, 13, aos 100 anos, 7 meses e 22 dias, em sua residência por causas naturais. Nenzinho alcançou o centenário em 21 de abril deste ano e a familia promoveu uma grande solenidade.
Velório e sepultamento
O corpo de Nenezinho foi levado para a sede da Prefeitura Municipal no início da tarde de sábado, onde foi realizado o velório no espaço tradicionalmente destinado a atos públicos e cerimônias de grande relevância. onde recebeu familiares, autoridades locais, regionais e estaduais, e a população em geral, em reconhecimento à trajetória pública e ao legado deixado pelo ex-gestor.

O velório seguiu até por volta das 11h deste domingo. Antes da saída do caixão ocorreu uma celebração fúnebre [Exéquias], e alguns pronunciamentos de pessoas que conheceram o grande legado de Nenenzinho a exemplo de Timóteo Almeida, o prefeito Ubaldino Amaral e o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Aroldo Cedraz de Oliveira, filho mais velho, além de outras pessoas que fizeram questão de expressar o sentimento de gratidão pelo ex-lider que governou Valente por dois mandatos e elegeu outros com seu importante apoio político.

Um dos depoimentos mais marcantes foi o de Timóteo Almeida, que trabalhou por mais de cinco décadas ao lado de Nenezinho na Farmácia Socorro. Em sua fala, afirmou que o estabelecimento ganhou este nome porque atendia 24 horas como um pronto socorro da população em momentos de dificuldade. Segundo ele, Nenezinho atendia a todos, funcionando como médico, dentista e conselheiro, sempre movido pela solidariedade.
Em pronunciamento, o prefeito Ubaldino Amaral destacou as qualidades humanas e políticas de Nenezinho. Ele relembrou que foi vice-prefeito em um dos mandatos e que, no outro, o vice de Nenenzinho foi seu irmão Arnaldo Amaral. Ele afirmou ainda que a lembrança de Nenezinho ficará no município por décadas.

O primogenito Aroldo, em discurso emocionado, definiu o pai como um verdadeiro companheiro de vida, agradeceu a presença de todos e ressaltou que a principal marca de Nenezinho era a coragem — “coragem, coragem e coragem” — sempre aliada ao respeito pelas pessoas. Destacou ainda que a família foi formada a partir do maior princípio do pai: o amor pelo povo de Valente. O ministro se mostrou muito emocionado durante todo tempo que esteve ao lado do caixão.
Em frente à Prefeitura, um telão exibia imagens e registros da trajetória de Nenezinho, resgatando momentos de sua vida pública e pessoal. O material audiovisual emocionou familiares, amigos e moradores, reforçando a dimensão histórica de seu legado.

Às 11 horas e 9 minutos, o caixão deixou o Paço Municipal sendo carregado pelos filhos e demais familiares até o carro fúnebre e um grande cortejo foi formado pela grande multidão até o cemitério que fica a menos de 500 metros do local do velório.

No cemitério municipal parte da Orquestra Santo Antônio (OSA) aguardava a chegada do caixão ao som de canções católicas mantendo o clima de respeito e despedida. Minutos depois finalmente foi conduzido até o jasigo perpétuo da familia.

História e legado

Nenenzinho ao longo de sua trajetória, fundou importantes empreendimentos na cidade, destacando-se como empresário nos setores de farmácia, comércio de peças e eletrodomésticos, postos de combustíveis e na agricultura do sisal. Investiu também na gestão de recursos hídricos e na pecuária, área em que ganhou reconhecimento nacional pela criação de animais de elite. Se destacou também na odontologia mesmo sendo autodidata, era ele que em tempos remotos de atendimentos especializados atuava como dentista e isto lhe deu o prazer de ser reconhecido e convidado para receber a medalha do Mérito Farmacêutico em Brasília.

Na pecuária também foi premiado como percursor da criação e comercialização do jumeto da raça Pêga entre outros importantes prêmios recebidos ao longo dos 100 anos de vida e ações.




