A morte do ex-presidente da Fetag-BA, Cláudio Silva Bastos, abalou profundamente o meio sindical e gerou forte revolta entre familiares, diante da forma como o caso foi conduzido pelas autoridades. O acidente aconteceu entre 23h e 0h, na virada do dia 19 para 20 de novembro, no trecho da BR-116 entre Itatim e o acesso a Itaberaba.
Segundo relatório do 11° BPM de Itaberaba, Cláudio conduzia um Fiat Argo branco quando colidiu frontalmente com uma carreta Iveco carregada de grãos de café. Com o impacto, o carro foi arremessado para a margem da rodovia, e a carreta capotou fora da pista. Cláudio morreu ainda no local. O caminhoneiro, identificado como Amilton Correia da Costa, 63 anos, ficou preso às ferragens e foi resgatado após cerca de 45 minutos, com ferimentos leves.
Corpo foi para o IML, mas família não foi avisada
Apesar de o corpo ter sido recolhido ainda no final da madrugada e encaminhado para o IML de Itaberaba, nenhuma informação oficial foi repassada à família. O celular e os pertences de Cláudio — que poderiam auxiliar na identificação — não foram entregues ou repassados de imediato.
Sem qualquer notícia, os familiares passaram todo o fim de semana tentando contato, visitando hospitais, ligando para conhecidos e alimentando esperanças. “Foram dias de desespero, sem ninguém nos dizer nada. A gente não sabia se ele estava ferido, internado ou desaparecido,” relatou um familiar ao Calila Notícias.
O aviso da morte só chegou na noite de domingo, 23, quase três dias após o acidente. Diante do silêncio prolongado, a família já se preparava para registrar um boletim de ocorrência por desaparecimento na segunda-feira (24).
Boatos surgiram e ampliaram a angústia
Ainda no período sem respostas, circularam informações de que o caminhoneiro envolvido na colisão também teria morrido, mas essa versão não foi confirmada por órgãos oficiais. A ausência de esclarecimentos apenas aumentou a aflição de todos que aguardavam respostas.
Velório e despedida
Na manhã de segunda-feira (24), após finalmente receberem a confirmação, os familiares seguiram para Itaberaba para os trâmites de liberação. O velório aconteceu em Salvador, reunindo parentes, amigos e lideranças sindicais. O sepultamento ocorreu na terça-feira (25), no Cemitério Jardim da Saudade, encerrando um ciclo marcado pela forte atuação de Cláudio no sindicalismo rural baiano.
Claúdio tentou ingressar também na vida pública quando concorreu ao cargo de deputado estadual em 2018 e em 2024 para vereador de Salvador, mas não obteve êxito, ficando na suplência nas duas disputas.




