O vereador Genilson dos Santos Silva, conhecido como Genilson do Mari, filiado ao Podemos, foi um dos personagens centrais da reconfiguração política vivida em Nordestina ao longo de 2025. Segundo vereador mais votado do município em 2024, Genilson iniciou sua trajetória no grupo de oposição, mas rescentemente aderiu ao grupo político liderado por Ito, esposo da prefeita Eliete, sob a alegação de manter com ele uma relação histórica e de amizade.
Genilson é pai de Neivanilson Alves Silva popularmente conhecido como Ney do Mari, que foi vice-prefeito de Nordestina no primeiro mandato da prefeita Eliete de Ito (2021-2024) e ainda dentro do mandato, rompeu politicamente com o grupo governista e passou a integrar a oposição, sendo candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada por Jeosafá Carneiro da Silva (MDB), que acabou derrotado na eleição municipal do ano passado. Mesmo em meio a esse cenário de disputas políticas, Genilson disputou uma vaga na Câmara Municipal e saiu vitorioso.
No início deste mês de dezembro, Genilson voltou a surpreender o cenário político ao oficializar nova mudança de posição ao aderir à base da prefeita Eliete. A decisão foi anunciada durante um ato de filiação partidária do PSD realizado em um hotel de Nordestina, com a presença do deputado estadual Alex da Piatã.

Retorno de Genilson ao Grupo de Ito ocorreu após uma reunião com o deputado Marcinho Oliveira
Uma conversa prévia na cidade de Monte Santo com o deputado estadual Marcinho Oliveira, praticamente selou o retono de Genilson ao grupo governista de Nordestina, firmando compromisso de apoiar o parlamentar nas eleições do próximo ano.
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Durante o discurso, Genilson afirmou que estava “voltando à casa do pai”, elogiou a gestão da prefeita Eliete, destacou o desempenho administrativo do município e ressaltou a importância de Ito em sua trajetória política.
Disse ainda que aquela decisão era definitiva, que não haveria retorno, e que se dava em razão do sucesso da gestão e do desenvolvimento de Nordestina. O ato contou, inclusive, com a presença de membros de sua família, numa tentativa de deixar claro que a decisão havia sido discutida e pactuada no âmbito familiar.
Menos de duas semanas depois, porém, uma nova e surpreendente decisão do vereador. Com a queda da Mesa Diretora eleita em janeiro, Genilson, que era o vice-presidente, passou a ocupar a presidência interina da Câmara, conforme determina o regimento interno, por ser o vereador mais velho em idade e também um dos mais experientes, com maior número de mandatos, enquanto aguardava uma nova eleição.
A partir desse novo contexto institucional, a oposição intensificou o diálogo com o parlamentar. Após reuniões políticas, inclusive um encontro realizado no vizinho município de Cansanção, Genilson reviu sua posição e retornou ao grupo político pelo qual foi eleito, deixando a base da prefeita Eliette e contradizendo publicamente os discursos feitos menos de duas semanas antes.
Coube a ele convocar e coordenar a eleição da nova Mesa Diretora, realizada na última quinta-feira, dia 18, na qual votou na única chapa apresentada, mas optou por não integrar a nova Mesa. Foto abaixo publçicada no Instagram de Jeosafá.
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Câmara de Vereadores de Nordestina viveu, ao longo de 2025, um período turbulento
Marcado por instabilidade institucional, decisões judiciais e rearranjos políticos internos, que culminaram na ampliação do número de parlamentares e na mudança do comando da Mesa Diretora, a legislatura teve início em 1º de janeiro de 2025 com a posse dos nove vereadores, número inferior ao previsto em lei, em razão de um impasse jurídico envolvendo a composição do Legislativo municipal.
Mesmo funcionando de forma incompleta, a Câmara elegeu, naquele momento, a primeira Mesa Diretora da legislatura: Presidente: Edvaldo Góes da Silva, o Edinho da Lagoa dos Bois (Podemos); Vice-presidente: Genilson dos Santos Silva (Podemos), 1º secretário: Marcos Batista de Souza (MDB), 2º secretário: Neílton Belarmino Amambahy, o Neitinho do Nélio (MDB)
Posteriormente, por decisão do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia, a Câmara foi ampliada de nove para onze vereadores, com a convocação e posse de Marcos de Jesus Reis, o Marcos do Angico (PL), e Maria Natividade Andrade Moura, a Titi (PSD), regularizando a composição da Casa.
Mesmo após a ampliação, a Mesa eleita em janeiro permaneceu até ser destituída pela justiça no último dia 15, dando origem à eleição 3 dias depois, convocada por Genilson na condição de presidente interino.

A eleição ocorreu sem a participação dos vereadores ligados à base da prefeita Eliete e resultou na escolha da seguinte Mesa Diretora: Presidente: Edvaldo Góes da Silva, o Edinho da Lagoa dos Bois (Podemos)
Vice-presidente: Neílton Belarmino Amambahy, o Neitinho do Nélio (MDB)
1º secretário: Antônio Carlos Militão Carneiro Júnior, o Júnior de Kiba (PSD)
2º secretário: Renígio Matos Reis, o Renígio do Serrote (PP).
Como se observa, ocorreram duas mudanças da mesa anterior, a saída de Genilson que era o vice e o 1º secretário: Marcos Batista de Souza.
A eleição também foi influenciada pela mudança de posicionamento do vereador Júnior de Kiba, que tomou posse em janeiro pela situação, por ser filiado ao PSD, mesmo partido da prefeita Eliete, mas que há cerca de 60 dias rompeu com a base governista, passando a integrar a oposição e fortalecendo o bloco oposicionista dentro da Câmara e assumindo a primeira secretaria.
O episódio expõe um Legislativo marcado por turbulência política, sufocos institucionais e idas e vindas de lideranças, fazendo de 2025 um ano emblemático de mudanças na Câmara de Vereadores de Nordestina, que muito provavelmente esta novela não foi o último capítulo.



